O CASO DO PICOLÉ DE CHUCHU DESCONGELADO
– Sou eu quem gosta de almoçar bala?
– Eu também não, Defu. Mas nem todo dia é dia de Picolé de Chuchu… Did you get?
– Pronto. Já vou tomar no palito de novo…
– Oi?
– O que tu achas? De geladeira em geladeira, ou me derreto todo, ou passo pro lado dos congelados. Brinca não.
– Então congela, Defu. Teu cérebro fritou, lembra? Mas agora tu podes congelar alma e espírito, embalando ambos pra viagem. Daí, tu procuras o posto de Fedex mais próximo e se despacha. Pronto. Over the rainbow. Bye, bye.
– Hahaha…. Mais próximo? Vou te contar como achar o próximo do posto sem ninguém pra te vigiar atrás do poste. Aguenta aí na linha.
– Linha? Que linha, Mané? Tá cruzando futuro com passado sem presente de novo? Natal tá chegando, mas não é pra ti mais não. De que próximo a gente está falando, afinal? Tua chefia já mudou de novo?
– Não é bem a chefia que muda. Sou eu que, por medidas preventivas, mudo de lugar para não ser observado em situação vulgar.
– Oi? Não entendi absolutamente nada.
– É meio técnico, eu sei. Deixa pra lá. Mas já sintonizei contigo de novo por outra banda.
– Caramba, Mané! Parece que estou falando sozinha!
– E não tá? Hahaha….
– Mané, desliga essa outra banda também. Faça o seguinte: tu lembras do Amém?
– Quem não lembra do Amém, pô? Não tem cruz que consiga se desfazer dele e da lembrança dos seus sonhos de neném. Aliás, tu vistes no que deu aquela inspirada do Enem?
– Enem, neném? Defu, hoje tu estás mais chu-chu-ze-len-to do que nunca. Concentra, please. Escuta bem, do jeito que der pra quem não tem mais ouvido: procura o Amém – tu sabes onde –, pede perdão, declama sem gaguejar qualquer oração e pede pra sair.
– Jesus Cristo. Ficou maluca? Sair pra fora depois de tanto custo que tive pra sair pra dentro? Nem pensar. Prefiro o chuchu congelado.
– Mas quando chega no palito, tu sabes bem que não tem mais volta.
– Assumo o risco. Se tu queres saber, estou mesmo com vontade é de poemas?
– De poemas? Entendi. Eu fico na bala e tu, matriz de todos os palitos com chuchus, almoça poemas interestelares ao som do Danúbio cuja cor, não sei porque, alguém decidiu ser o Azul.
– Não sabe mesmo?
– Sem mais chuchu?
– Prometo.
Dueto. Todos os duetos do universo
sempre amarão em versos.
Um sem o outro é o não existir,
é um turbilhão de emoções sem explodir.
Todos os duetos verdadeiros são eternos.
Todos os duetos apaixonados são castelos.
Todos os duetos enlaçados são selados.
Todos os duetos abençoados são contados.
Somos um dueto. Valsa? Minueto?
Invejados por tantos séculos, derretemos.
Entrelaçados por tanto tempo, renascemos.
Somos um dueto. Montecchios e Capuletos.
Quando nos olhamos, falamos.
Quando nos falamos, amamos.
Quando nos amamos, enlevamos.
Universos sem duetos, Deus sem suprimentos.
Camões, nos proteja com teus acordes.
Reze pelos duetos em todos os guetos.
Camões, nos recorde com teus êxitos.
Inspire por nós, por filhos e por netos.
Seremos para sempre duetos ardentes.
Para sempre, o amor a ranger dentes.
No ser sempre, o calor pelas mentes.
No querer, sempre, as entranhas dos firmamentos.
Um sem o outro é o não existir,
é um turbilhão de emoções sem explodir.
Todos os duetos verdadeiros são eternos.
Todos os duetos apaixonados são castelos.
Todos os duetos enlaçados são selados.
Todos os duetos abençoados são contados.
Somos um dueto. Valsa? Minueto?
Invejados por tantos séculos, derretemos.
Entrelaçados por tanto tempo, renascemos.
Somos um dueto. Montecchios e Capuletos.
Quando nos olhamos, falamos.
Quando nos falamos, amamos.
Quando nos amamos, enlevamos.
Universos sem duetos, Deus sem suprimentos.
Camões, nos proteja com teus acordes.
Reze pelos duetos em todos os guetos.
Camões, nos recorde com teus êxitos.
Inspire por nós, por filhos e por netos.
Seremos para sempre duetos ardentes.
Para sempre, o amor a ranger dentes.
No ser sempre, o calor pelas mentes.
No querer, sempre, as entranhas dos firmamentos.