sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

PORQUE EU GOSTO É DE ROSAS...





– Tuiuiu, tuiuiu, tuiuiuuu...
– Quem me chama? É a cana?
– Defuzinho, meu amor, tava com saudade?
– Da morte fácil que é viver acompanhando essas tuas bandas, minha linda?
– Se tu achas que tá difícil na morte foi porque na hora da vida tu vivias dando moleza... saco.
– Oi? Saco? Santa Ponte dos Desconsolados sem Apoio pra Salto. Tu continuas sem olhar por onde andas? Tu vistes a quantidade de tropeços?
– Take easy, man.
– Tuiuiuteiquer... Invadiram nossa dimention, tu não percebestes?
– Que a casa caiu? Pô, Defu, cá estamos. Forget about. Deu tudo certo. Nem pó no sobretudo. Já tô em outra...
– What?
– Mané, se liga. Tu achas que rola uma segunda temporada com esse Bachelor?
– Flor, tu estás brincando. Tu achas que o Itália vai levar todas pro rodo, literalmente, depois volta com a vassoura e, numa varrida mágica, devolve as pétalas divorciadas do botão, dizendo que nada valeu e aí começa tudo outra vez?
– Hahaha.... Tu estás narrando casamento na vida real, não de princesa. Tô perguntado do reality, aquele da Mansão das Rosas, onde o símbolo místico se desfigura, mas, em compensação, a mulherada se joga com gosto no caldeirão. Sem Huck.
– Oh! Criatura Mimosa, sob o véu às vezes tão maldosa, diga-me: o que tu queres com o Itália desgarrado? Tu já não tens teu próprio bacharelado, certificado por Mestres deste e de outros mundos? Vai o Itália Man e para o lugar dele, óbvio, outros “homens livres” vêm. E assim o conto continua... Queres que eu te inscreva em algo parecido?
– Well... Quais as opções na minha faixa?
– De idade?
– Não. Na faixa horária na qual eu não seria censurada, porque tu vistes a cara de desprezo do delicado apresentador para a eliminada Valentina após a “despedida de solteira” que ela sinalizou pra rival Aane? Até as rosas murcharam, imagine o tesão do italiano.
– Flor, não escorrega... Tá fácil não. E pode até piorar, aqui e acolá, por toda banda. Tem coisa que pula de cabeça em cabeça, sem ser piolho, sem ser visto, sem remédio pra alívio e, passada a hora do arrependimento, da manutenção geral, vem aquela vontade louca de saltar. Sintoniza em outra.
– Em outra faixa?
– Em outra parabólica, pra não dizer logo parábola.
– Cara, só tava sacando que quanto mais Bachelor, quanto mais temporada, mais mulherada feliz na mansão e fora dela, de olho na hora da dispensada. C’est la liberté de l’expression de mes sentiments. La hereux solitude par le manque de mémoire. Tu compris?
– Bien sure. Comme les Anglais. On peut retourne a parler en portuguese?
– Pardon.
– Finalmente. Um pedido de desculpas, ainda que em francês. Tu vistes, não vistes?
– Cruzes pra todo lado. Não precisava exagerar. Não sou cega.
– Linda, tu tens ideia do tamanho da energia investida no plasmar de fluídos nos 12 abaixo do zero?
– Hahaha.... Pô, Defu, muda de faixa...
– Faixa de parabólica?
– Não, faixa de peso. Dá uma engordada no teu fantasma pra aguentar mais o frio nessa hora, cara. O que tu queres que eu diga? I give up? Nem dá tempo pra pensar... É pensar sem pensar pra fazer mais rápido sem perder tempo e não cair na cila. Mas reconheço que um pouquinho mais de disciplina facilitava...
– Uau... Dormindo a gente se entende, então?
– Hahaha.... Definitivamente dormindo, sim. Vamos?
– Dormir juntinhos?
– De certa forma – a etérea, digamos –, é impossível chutar certos Mestres da cama.
– Mestre por acaso é cachorro mau pra ser chutado?
– Dependendo da circunstância, não é mau, nem é para ser chutado, mas pode ser um cachorro, sim, e dos mais elevados e criativos do mundo, digamos, para as ações que exigem os maiores esforços de fidelidade deste mesmo mundo.