quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

NUM WHATS APP PRIVADINHO, NINGUÉM IRÁ TE SACANEAR MAIS DO QUE EU...


– Por onde andaria o esqueleto do meu preferido carnavalesco?
– Hahahaha... Moribundando, moribundando, moribundando por aí, sem engolir um gole sequer de Cachaça. Por falar em Cachaça, tu tens visto a Pinga?
– Vixe! Nem rastro. Depois que os Home meteram as lixeiras a céu aberto nos vãos sociais da nossa Homeland, garrafas desapareceram. Nem cheiro.
– Caraca, Mana. As Autoridade tão mandando pesado e fedido nessas tuas partes, hein! Vem cá, nem tu estás podendo beber então?
– Cara, to de dieta. E com medo que acabe a água, cumprindo-se as pragas da minha avó quando ficava brava: “Isso, fica aí chorando e vivendo de vento. Faz água das próprias lágrimas. Quem sabe amanhã tu acordas com fome de viver sem perder tempo com o que não vale nada”.
– Essa doçura toda da velhinha era pra mim?
– Tá se achando? Era pro teu rival. O que ela dizia sobre ti não dá pra publicar. Censurado. Conar manda tirar do ar dizendo se tratar de merchan subliminar com incitação ao terrorismo doméstico.
– Tssa! Duvido. Pô, Flor, tu não queres ter comigo também um desses whatsape privê, pra esquentar as baterias deste meu Carnaval alegórico, em fantasia de vampiro?
– Se liga, Mané! Morto não tem como falar no whats app, não. Tu não vistes o Cameron dando o número? Tamotudofora. Ninguém entra.
– Que nada, tonta! Falou isso pra galera relaxar e se jogar no escuro. Hahahaha.... Mané vai com tudo e o Cameron vem com câmera, gravador, microfone, microonda, geladeira, algema, nave espacial, o uísquenbál...
– Tá. Pronto. Sobrou garrafa pra mim de novo. Na minha lixeira, nem pensar. Detonadíssima. Pode levar de volta pra tumba. Mas diz aí, Aspargo, cai ou não cai?
– A tampa?
– Hahaha.... Cai toda hora, Mané. Não me sacaneia.
– E não vai pensando que sou eu atrás da Pinga ou da Cachaça, não. Agora, nunca se sabe quando Sir Cameron invoca de querer saber que fim levou o uísquenbál do whastap dele, pô. Tenho nada com isso, Flor. Segura essa tampa no lugar aí, que o mar não tá pra tubarão, menos ainda pra baleia.
– Gato Sem Mais Vidas, tu podias explicitar?
– Muito mais de sete, amore mio.
– I didn’t get.
– Nem eu, já disse.
– Ronda lá, cara.
– Que ronda lá, Flor. O psicodramático do meganhaqueuvou que tu descolastes nas esferas das importações empareda tudo.
– Mas ninguém te enxerga, fantasma desossado!
– Tu que pensas. Cheira defunto, sacas?
– Jura?
– Treinamento ostensivo, tu sabes como é! Niquiquieu materializo o primeiro dedinho, já sinto aquela fungada no cangote de gelar constelação, tendeu? Por isso é que eu tô te propondo um whatsap privadinho... Hahaha... Topa vai!
– Mané, então, fui, porque tô vendo que hoje tu não me serves de fonte pra nada.
– Que dispensada! Aliás, faz décadas que tu adoras me dispensar na véspera do Carnaval, lembras?
– Pra curtir um passe e uma ata, lembras também?
– Amorzinho... Que saudade!
– Sentiu?
– Is it possible esse meganhaqueuvou abrir a lixeira onde não deve e jogar loção pós-barba na santa cara de pau flutuante e desmaterializada que Deus lhe deu?
– Como dizia minha avó, por culpa de uns e outros, eu continuo vivendo de vento, tá vendo só?!! Vale a pena perder tempo?